do nosso tempo

querido março, tão abstrato e ao mesmo tempo tão significativo, me trouxe tantos carrinhos e quebra-cabeças e agora me presenteia com tantas incertezas, preenche minha vida de “ins” que soam como prefixos tão repugnantes na frente dos meus sentimentos. um furacão passou enquanto eu dormia e agora as coisas estão de ponta cabeça, e pra ser sincero eu não tenho a menor vontade de desvira-las, se é que você me entende. recomeçar não é algo tão simples, minha cabeça está cansada, super mercado deveria vender doses de paz. estimável março, me trás algo bom. agora.

closer to the edge

há meses não me atrevia a escrever algo aqui, não por não acreditar no meu potencial para tal, mas pelo fato disso ser um refúgio das coisas ruins que me cercam e raramente escrevo aqui quando estou de bem, mas é a vida. nesse meio tempo vivi tantos momentos incríveis que sei que vou lembrar por décadas, o ruim talvez seja o fato das coisas ruins se sobreporem nas boas, meus fracassos pessoais aparecem aqui escancarados. ainda não sei lidar bem com eles, mas prometo aprender e até superar. prometo a mim mesmo, porque agora ninguém melhor do que eu sabe como é não superar as próprias expectativas. porém agora é hora de dar bons sorrisos, pagar de coitado nunca fez minha cabeça. o relógio despertou, aquela antiga bomba explodiu, o telefone tocou, eu acabei de acordar e minha vida acabou de começar, isso sim, sem dúvidas merece muitos brindes. volto logo.

you shook me all night long

não lembro bem como outubro começou, eu só queria mesmo era arrancar o pepelzinho que dizia –setembro- do calendário. entre todas as coisas que cabiam em outubro a expectativa me corroeu até os últimos segundos. conhecer lugares novos, ver outras pessoas e poder respirar um ar tão poluído que me trouxe calma e serviu para mostrar que meu espanhol não é tão bom assim (risos). matar aula para ir para capital também não me caiu muito mal, junto com tantas pessoas e luzes senti felicidade em poder estar em um engarrafamento. e quando me queixava de segundas-feiras, não sabia que elas poderiam ser tão boas ao teu lado, isso só me deu mais ganas para te ter também nas terças, quartas, quintas, sextas, sábados, domingos e todos os dias que eu puder estar ao teu lado nem que seja só pra ouvir tua respiração. minha cerca elétrica proporcionou alguns choques no final desse singelo mês, mais isso é outra insignificante história, adeus querido outubro. agora é vem novembro com “te quiero” dezembro.

cidade imunda

o que tu realmente vê no reflexo do espelho ? tu – tu – tu – tu – tu, ou a linha parece estar ocupada ou tu não tem a resposta, eu nem sou tão bom assim, mas modéstia a parte posso dizer que se vou pro inferno vai ter nego querendo ir junto. sou ácido, com PH bem menor que 7, parábola sem fim e com raízes nulas, número complexo ou conjunto sem solução. complico e gostam de complicar comigo, no entanto aquele negócio de não levar desaforos pra casa funciona. bateria acabando, hora de recarregar.

penumbra

talvez um campo minado cheio de bombas prontas para estourarem, ou uma página de classificados no jornal cheia de ricos vermelhos. eu queria ter controle das coisas, controle não remoto, agora não é tão simples, não da pra trocar de canal, muito menos diminuir o volume, a única coisa que posso fazer é programar o botão +30 minutos, me parece que por pouco tempo. a cor está no normal e o contraste promete subir junto com a temperatura nos próximos meses, espero que o promete venha junto com o cumpra. um, dois, três, quatro, já.

me acorde quando setembro acabar 2

atravesse a rua, mas antes olhe pros dois lados. engula a comida, mas antes mastigue N vezes para ter uma melhor digestão. tome o remédio, mas antes leia a bula. beba chá, mas antes se certifique de estar quente o bastante. escreva teus versos, mas antes aponte bem o lápis. escolha ser feliz, mas antes não esqueça de me dar a mão. só quero ir aonde você está.

bubbly

aperte o play, jogue as mãos pro alto, eu não tenho mais nada a perder,isso não é um filme (sorri) eu vou desligar tua tv, aumentar teu som e transformar tua casa numa bagunça, podemos fazer um brinde e se quiser silêncio eu vou gritar até teus ouvidos doerem e logo quando clamar pela minha voz não vou pronunciar uma se quer palavra, meus sonhos podem ter mudado, mas eu ainda gosto de voar. afinal, depois de toda sexta – feira 13 existe um sábado 14. nem eu entendi.